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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Em 13 anos, AM tem pior queda da taxa de pobreza


Manaus - O Amazonas foi o Estado com a menor diminuição nas taxas de pobreza absoluta e extrema do País em treze anos, entre 1995 e 2008, aponta um estudo divulgado nesta terça-feira (13), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Neste período, dois governadores dividiram o poder no Estado, o atual prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (PTB), entre 1995 e 2002, e o candidato ao Senado, Eduardo Braga (PMDB), entre os anos de 2003 e 2008.

O estudo do órgão mostra que nestes 13 anos, a proporção de miseráveis caiu apenas dois pontos percentuais, passando de 21,9% em 1995 para 19,9% em 2008, o que representa pouco mais de 65 mil pessoas fora desta faixa de pobreza se considerada a população atual. No Brasil, a queda foi de 10,4 pontos percentuais, caindo de 20,9% para 10,5%. A pobreza extrema representa o rendimento médio domiciliar per capta de até um quarto de salário mínimo mensal.

No outro ponto analisado pelo Ipea, a pobreza absoluta, que representa o rendimento médio domiciliar per capta de até meio salário mínimo mensal, o Amazonas também foi o pior do País. No período em questão, a taxa caiu de 45,8% para 43,8%, o que representa pouco mais de 80 mil pessoas fora desta faixa de pobreza em 13 anos. Para comparar, no Brasil, a taxa caiu de 43,4% para 28,8%.

Na avaliação do Conselho Regional de Economia (Corecon), os números do instituto revelam a ineficácia das políticas públicas do Estado no período analisado e uma espécie de ‘marginalização’ dos municípios do interior. “Há problemas de infraestrutura, de prefeitos despreparados, de carência de profissionais, entre outros”, ressalta o presidente do órgão, Erivaldo Lopes.

De acordo com o economista do Corecon, “apesar das propagandas mostrarem um interior melhor, o que se vê são grandes problemas nos municípios e a forte migração para Manaus, ampliando as áreas de periferia da cidade”.

A reportagem tentou contato com os ex-governadores Eduardo Braga e Amazonino Mendes, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

Números

No período analisado pelo Ipea, o faturamento das empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM), que sozinho emprega quase 100 mil pessoas na capital amazonense, cresceu 155%, passando de US$ 11,7 bilhões para US$ 30 bilhões. Nestes 13 anos, a arrecadação do Estado com impostos foi uma das que mais cresceram no País.

Para o presidente da Associação das Indústrias e Empresas de Serviço do Polo Industrial do Amazonas (Aficam) e representante das indústrias fornecedoras componentes, Cristóvão Marques, houve ‘incompetência’ dos gestores públicos no período analisado para reduzir a pobreza. “Há um abandono de certas áreas no Estado”, observa.

Dados causam surpresa

O economista e ex-secretário de Planejamento no governo Braga, Denis Minev, demonstrou surpresa com os números do Ipea e questionou a abrangência dos dados no Estado. O estudo do instituto é baseado nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

“O IBGE não tem alcance no interior e temos indicadores de que a base do órgão para a capital está furada. Há dois anos, falou-se que a população de Manaus havia reduzido, e quem mora na cidade sabe que ela não encolheu”, explicou. “Os dados econômicos são positivos e as contratações com carteira assinada mostram isso também”, completou.

Segundo o economista do Corecon, Erivaldo Lopes, o cálculo do Ipea não é aleatório e segue orientações científicas, o que lhe dá credibilidade.

O supervisor de disseminação de informações no IBGE, Adjalma Nogueira Jaques, explicou não ter como replicar a afirmação do ex-secretário, por pensar que “ele deve ter estudos que comprovem o que diz”, mas ressaltou que a Pnad já existe há 40 anos, é coletada anualmente e tem uma “metodologia consagrada todo este tempo, motivo pelo qual não se pode afirmar que se trata de um dado a ser contestado”.

O representante do IBGE lembrou que não conhece a metodologia do Ipea para o estudo “Dimensão, evolução e projeção da pobreza por região e por estado no Brasil”.

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