Dentista confessa morte da mulher e fica em liberdade

Manaus - O cirurgião-dentista Milton César Freire da Silva, 38, suspeito de matar a mulher, a perita criminal Lorena Baptista, 37, se apresentou nesta terça-feira à polícia, prestou depoimento, confessou o crime, mas vai responder ao processo em liberdade. Apesar de a Polícia Civil ter solicitado a prisão preventiva de Milton, os advogados dele conseguiram mantê-lo em liberdade.

Milton argumentou que o tiro foi acidental e que ocorreu depois de uma discussão. Lorena foi morta com um tiro na cabeça, ma madrugada da segunda-feira. Um filho do casal, de 11 anos, presenciou a morte. O crime aconteceu no apartamento de Milton, no conjunto Vila Nova, no bairro Parque 10, zona centro-sul de Manaus.

O dentista deixou o local do crime para não ser preso em flagrante e apresentou-se ontem, no fim da tarde, à Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), acompanhado de dois advogados. Milton César chegou ao local por volta das 17h e estava acompanhado de amigos e parentes. O depoimento dele durou mais de três horas.

De acordo com informações da Polícia Civil, a perita que também era presidente da Associação dos Peritos Oficiais do Estado, foi assassinada com uma pistola PT.640, mesma arma usada por ela quando estava de serviço. A arma foi apreendida e encaminhada a DEHS, responsável pelas investigações.

Versão

O advogado de Milton, Lino Chíxaro, disse que ele contou que Lorena chegou ao apartamento armada e com luvas cirúrgicas. Lino não soube informar se ela estava trabalhando no Instituto de Criminalística da Polícia Civil antes de ir para a casa do ex-marido.

Milton disse ao advogado que a ex-mulher usou o filho para que pudesse entrar na casa. Chíxaro informou que foi o menino quem bateu na porta e, depois que o pai ouviu o choro da criança, resolveu abrir a porta. Segundo ele, o suspeito disse que Lorena entrou na casa descontrolada e começou a discutir com ele.

O dentista contou que Lorena tentou empunhar a arma. Ele então começou uma briga corporal para tentar desarmá-la. “No momento que ela chamou o filho de 11 anos, a arma disparou a atingiu o maxilar dela”, disse o advogado.

Viagem

Lorena foi encontrada morta por volta de 1h. Um primo disse que ela havia ido a casa se Milton, junto com o filho, para pedir a autorização dele para poder viajar com os três filhos até Brasília.

Segundo esse primo, que pediu para não ter o nome divulgado, a vítima pediu para que o menino a acompanhasse porque sabia que, se estivesse sozinha, Milton não abriria a porta de casa.

Após o disparo, vizinhos viram Milton fugir e dizer que havia matado Lorena. Milton ainda pediu para um vizinho cuidar do filho, que estava abalado.