27.05.11 - MANAUS
Os municípios amazonenses têm até o dia 30 de junho para criar ou regularizar o funcionamento dos Fundos Municipais de Saúde e continuar recebendo recursos federais e estaduais para as ações do setor. A orientação foi dada pelo secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, durante o 1º Seminário Estadual de Orientação sobre Gestão de Fundos Municipais de Saúde do Amazonas, realizado nesta sexta-feira (27), em Manaus.
O evento teve a participação de prefeitos e secretários municipais, além de representantes do Ministério da Saúde e de órgãos de fiscalização, como o Tribunal de Contas do Estado e da União. A ação faz parte das estratégias do Governo do Estado para fortalecer o sistema de saúde e qualificar o processo de gestão local do SUS.
Alecrim informou que dos 62 municípios do Amazonas, 15 ainda não utilizam o Fundo Municipal para gerir os recursos da saúde. O prazo para regularizar a situação está sendo comunicado oficialmente às prefeituras via Nota Técnica, elaborada nesta semana pelo Governo Federal, e vale para todo o país. O não cumprimento desta determinação inviabiliza o repasse de recursos de forma direta e compromete a execução das ações junto às populações, que não podem ficar sem assistência, alertou o secretário.
Utilização correta de recursos A necessidade de funcionamento dos Fundos Municipais de Saúde e a correta utilização dos recursos foram explicadas com detalhes pelo coordenador do Fundo Nacional de Saúde, Ney Amorim. O trabalho do Fundo Nacional se baseia no trabalho de fiscalização dos órgãos de controle. O objetivo é cooperar tecnicamente com estados e municípios para que evitem impropriedades e irregularidades, disse. De acordo com Ney Amorim, no Brasil, 10% dos municípios estão em situação irregular quanto aos fundos de saúde.
Além da utilização correta dos recursos, durante o Seminário foram discutidos entre os representantes do Estado e dos municípios amazonenses os programas e ações relativos à gestão e atenção à saúde. Uma das propostas apresentadas foi a nova configuração do Estado para assistência em saúde, ampliando de sete para nove o número de regionais e de 16 para 18 a quantidade de microrregionais. Cada uma das regiões tem um município de referência para atendimentos mais complexos e recebe os pacientes dos municípios integrantes do bloco regional.
O secretário executivo de assistência à saúde do Interior, Evandro Melo, explicou que as mudanças no desenho regional levaram em consideração vários aspectos como a oferta de serviços de saúde, a proximidade entre as cidades, o perfil epidemiológico e também a acessibilidade geográfica da população, ou seja a facilidade de deslocamento. Em alguns casos é mais viável chegar a um município um pouco mais distante, mas pra onde há meios de transporte mais rápidos ou regulares, do que se deslocar para o município que geograficamente seria o de referência.
Amazonas terá mais recursos O diretor do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Heider Pinto, anunciou durante o 1º Seminário Estadual de Orientação sobre Gestão de Fundos Municipais de Saúde do Amazonas que os municípios amazonenses terão mais recursos para aplicar nas ações básicas de saúde. A ampliação da verba foi definida pelo Ministério da Saúde que passará a considerar, para cálculo dos repasses, o grau de desenvolvimento municipal, sua dimensão e a qualidade dos serviços oferecidos e não apenas o número de habitantes.
Quanto mais pobre e maior a extensão territorial, maiores serão os recursos, explicou o diretor. Segundo ele, o monitoramento da qualidade dos serviços será feita periodicamente pelo Ministério e também servirá para elevar os recursos destinados aos municípios. A regra vale a partir deste mês.
Em todo o país, em 2011, devem ser acrescidos R$ 700 milhões aos recursos repassados às secretariais municipais. No Amazonas, a maioria dos municípios passará a receber 30% além do calculado pelos critérios anteriores. A nova regra reduzirá as desigualdades regionais, já que até então todos os municípios o mesmo valor per capita, garantiu Heider Pinto.
O diretor também anunciou a reestruturação da rede básica de saúde. Segundo ele, as unidades da rede básica passarão por reformas e ampliações até 2014. Nossa meta é realizar 23 mil intervenções em todo o país e com certeza todos os municípios do Amazonas serão beneficiados com essa ação, destaca.
Heider Pinto garantiu, ainda, que especificamente na região amazônica, o Ministério da Saúde irá financiar e apoiar a criação de redes eficientes de atenção à saúde para os ribeirinhos. Os municípios deverão apresentar projetos que considerem suas peculiaridades. Especificamente para a região amazônica nós iremos trabalhar também com as unidades de saúde fluvial, um barco com uma equipe médica e equipamentos que garantirão o acesso das populações ribeirinhas aos serviços básicos de saúde.
Fotos: Nonato Duarte
Nenhum comentário:
Postar um comentário
obrigado