07.01.11 - O chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Raul Zaidan, afirmou, ontem, que os 26 policiais militares que trabalharam como cabos eleitorais, em 2010, no comitê de campanha da coligação “Avança Amazonas” estavam em situação legal. Zaidan, que se licenciou da função pública durante a eleição para coordenar o comitê da coligação, declarou que irá se adiantar ao trabalho da Polícia Federal (PF) e encaminhará ao órgão, ainda nesta sexta-feira (7), documentos que comprovam que os militares gozavam de licença especial, férias e até licença médica no período que atuaram como cabos eleitorais.
Ainda segundo Zaidan, os três nomes citados na matéria publicada nesta quinta-feira (6) em A CRÍTICA como sendo policiais civis nunca constaram no quadro da organização. O chefe da Casa Civil mostrou documento do Departamento de Administração da Delegacia Geral que comprova a declaração feita por ele.
A PF investiga a atuação dos militares como cabos eleitorais num inquérito aberto a partir da denúncia do senador Arthur Neto (PSDB) sobre um esquema de compra de votos por meio de pagamentos de cabos eleitorais. Em matéria publicada, ontem, por A CRÍTICA o superintendente da PF, Sérgio Fontes, informou que os policiais serão chamados a prestar depoimentos para esclarecer o fato.
Na avaliação de Fontes, os militares só poderiam atuar como cabos eleitorais se estivessem licenciados da função e é isso que a PF está investigando. O artigo 73 da Lei das Eleições prevê cassação do registro e do diploma aos candidatos que utilizarem servidores públicos em campanhas eleitorais, salvo em casos de licença.
A lista com o nome dos policiais foi obtida pela PF na busca e apreensão feita no dia 13 de setembro de 2010 na empresa A. C. Nadaff, que operou o pagamento de cabos eleitorais da “Avança Amazonas”. Com a apuração e reconstituição dos papéis que estavam recortados, a PF chegou a uma lista com o nome de 24 policiais militares com indicação de valores pagos aos mesmos. Outra lista sem indicação de valores continha o nome de outros nove policiais militares.
Zaidan confirmou que 26 policiais trabalharam e foram pagos pela coligação. Mostrou os Boletins Gerais da Polícia Militar que, segundo ele, comprovam as licenças e a legalidade da atuação dos militares. Os demais nomes foram cogitados para o trabalho, mas não chegaram a ser contratados. “Vou fazer um ofício ao superintendente da PF para ser encaminhado ao presidente do inquérito as informações. Eles estavam de licença atuando como cabos eleitorais e não como militares. Nada impede”, disse.
A maioria dos policiais, segundo os documentos apresentados por Zaidan, gozavam de Licença Especial em Caráter Excepcional no período de agosto a outubro do ano passado. A soldada Sabrina de Araújo Fontenelle, por exemplo, tirou dois meses de férias seguidos em julho e agosto referentes aos anos de 2008 e 2009. Noutro caso, o do tenente Célio Roberto dos Santos, os documentos mostram que durante a campanha ele se afastou da função militar tirando férias e fazendo uso de licença especial e de licença para tratamento de saúde.
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