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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Serviço Geológico do Brasil registra vazante recorde no Rio Amazonas


Baixa inédita foi verificada em Parintins (AM).
Rio Negro deve ultrapassar neste domingo mínimo já medido

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) divulgou nesta sexta-feira (22) relatório em que aponta baixa recorde do Rio Amazonas na estação de medição de Parintins, verificada no local na quarta-feira (20). As aferições ali são feitas no município desde 1970. O nível estava 10 centímetros abaixo do menor já visto anteriormente, em 1997.

Com a seca que a região enfrenta, as estações de Careiro e Itapeua, no Rio Solimões, também chegaram aos seus níveis mais baixos já medidos. “Nesta semana está recorde em Careiro, Itapeua e Parintins. E vai continuar baixando mais. Ao contrário de Tabatinga, que já está subindo”, informa o gerente de hidrologia do CPRM, Daniel Oliveira.

Na semana passada, a estação de Tabatinga, no Alto Solimões havia registrado vazante recorde. Em Itapeua (comunidade situada no município de Coari), o nível da água medido na terça-feira (19) estava 98 centímetros abaixo do menor já verificado anteriormente, em 1998.


O Rio Solimões entra no Brasil perto de Tabatinga, na tríplice fronteira com a Colômbia e o Peru. Na altura de Manaus, ele conflui com o Rio Negro. Como explica Oliveira, por ter um volume maior de água, o Solimões influencia também o nível do Negro nas imediações da capital amazonense, e este deve registrar baixa recorde ainda neste fim de semana, provavelmente no domingo.

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“O nível d’água baixou 1,13 m na última semana, tornando-se a segunda maior vazante registrada na série histórica que conta com dados diários desde 1902, faltando apenas 16 cm para atingir a vazante histórica de 1963, quando o nível ficou em 13,64 m”, explica relatório do CPRM.

A região do Alto Rio Negro tem sua época de seca em fevereiro, e, por isso, não tem nível baixo. Oliveira explica que, quando o Solimões tem nível alto, ele represa e aumenta o espelho d'água do Negro. Na seca, acontece o contrário, e o nível do segundo rio cai perto da foz.

A seca no Amazonas já fez com que 38 dos 62 municípios do estado decretassem situação de emergência, segundo informou a Defesa Civil. Mais de 62 mil famílias foram afetadas pela estiagem e pelo baixo nível dos rios, informa o governo.

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