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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Mais da metade dos deputados estaduais deve se reeleger no AM


Manaus - A média de renovação na Assembleia Legislativa do Estado (ALE) é de 49,81%, segundo resultados das últimas quatro eleições registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Pelos registros do TSE, a tendência é que o percentual se mantenha este ano com uma renovação abaixo dos 50%. Os números, segundo especialistas, mostram que quase metade dos atuais deputados estaduais está no cargo há 16 anos.

O índice médio de renovação na ALE foi calculado com base em um levantamento feito na semana passada pelo site Congresso em Foco para encontrar o índice de renovação na Câmara Federal, que tem 513 vagas para deputado federal. De acordo com o site, na Câmara, a média de eleição de novos deputados é de 50,40%, tendo como base as últimas cinco eleições (1990-2010).

A média é quase a mesma encontrada na ALE, que dispõe de 24 vagas, tendo como base as eleições de 1994, 1998, 2002 e 2006. Isso porque para chegar ao número de reeleitos em 1998 foi necessário saber quantos já estavam na ALE desde 1994. O site TSE não disponibilizou o resultado das eleições anteriores a 1994 para deputado estadual.

De acordo com os dados disponíveis, o índice de renovação na ALE foi 66,10% em 1998. No ano seguinte esse percentual caiu para 37,50% e quatro anos depois ficou em 37,50%. O índice de reeleição tem aumentado nas última três eleições. Em 1988 foi de 40,01%. Em 2002 aumentou para 68,18% e no ano seguinte ficou em 61,90%.

Para o cientista político José da Silva Cordeiro, os números mostram que quanto maior o índice de candidatos à reeleição, menor é o índice de renovação. “Os candidatos à reeleição sempre têm mais chances de vencer, porque estão mais na mídia e possuem uma estrutura mais ampla de campanha”.

Cordeiro disse que em 1998 o percentual de renovação era maior por dois motivos: os candidatos à reeleição eram em menor número e grande parte da população queria mudança.

“Na década de 1990, o Brasil era mais ansioso por mudanças. Isso porque ainda eram frescos na memória os sofrimentos com a Ditadura Militar (1964-1985) e a Constituição Federal (1988) tinha menos de dez anos de vida”, afirmou Cordeiro.

Ele e o outro cientista político, Jaime Martins, defendem a tese de que a tendência é que se mantenha o baixo índice de renovação em 2010 por dois motivos. O primeiro, segundo eles, tem a ver com as maiores chances dos candidatos à reeleição em relação ao candidato que não está na vida pública. Outra questão é a baixa frequência no Brasil de troca de parlamentares. Os dois especialistas, que são professores da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), tomaram como base as Eleições de 1998.

“Se formos levantar na história a média de permanência de um parlamentar, vamos chegar a 12 anos, ou seja, três legislaturas”, disse Jaime Martins. “A reeleição da metade dos candidatos é sempre certa, porque o nome deles está sempre mais em evidência. Logo, o candidato dito novo na política fica em prejuízo”, afirmou Cordeiro.

Para a socióloga Amanda Gonçalves a baixa renovação na polítíca amazonense e brasileira tem ligação, principalmente, com a resistência ao que é novo. “No Brasil, é comum você ouvir dos eleitores que vão votar em determinado candidato à reeleição, porque não conhece os novos candidatos. Mas o problema é que muitos sequer buscam conhecê-los”, afirmou Amanda.

A socióloga alerta para a necessidade de pesquisa e comparação entre os candidatos que tentam uma oportunidade na política e aqueles que estão nela há mais tempo. “É importante saber se o candidato que pretende permanecer no cargo fez importantes projetos e teve uma vida pública respeitada. Caso contrário, é melhor dar oportunidade a outros”.

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