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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Capacetes oferecem perigo a passageiros


Júlio Pedrosa
Da equipe de A CRÍTICA

Autoridades de saúde estão fazendo um alerta para o risco do aumento da incidência de doenças respiratórias devido ao compartilhamento abusivo de capacetes pelos usuários do serviço de mototáxi.

De acordo com o médico infectologista Antônio Magela, da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT/AM), os vírus de doenças como tuberculose, meningite e gripe suína podem permanecer vivos por períodos que variam de 30 minutos até 48 horas nesses acessórios, causando a transmissão imediata a partir do contato com as mucosas do nariz e dos olhos no momento em que são utilizados por outras pessoas. O infectologista recomenda que seja feita sempre a higienização do capacete logo após o uso pelo passageiros.

Ele lembra que o risco de transmissão de doença pelo capacete é o mesmo que as pessoas correm ao entrar em ambientes fechados e com grande concentração de gente. “O importante é orientar os passageiros para que tenham sempre a preocupação com a higiene, lavar bem as mãos e, no caso dos proprietários de mototáxis, ter o cuidado de limpar os capacetes”, explicou. O médico descartou, no entanto, a possibilidade de transmissão de hepatite C por meio do uso compartilhado do capacete. “A hepatite C tem três vias de transmissão - a parenteral (venosa), vertical (da mãe para o filho durante o parto) e sexual”, afirmou, desmentindo a onda de boatos de que haveria risco de transmissão da doença entre os usuários do serviço.

Além das doenças respiratórias, o uso indiscriminado do capacete pode ser também via de contaminação do couro cabeludo. Doenças como micoses e piolho podem ser transmitidas por que os agentes causadores podem ficar alojados no capacete. De acordo com a Fundação Alfredo da Matta (Fuam), unidade de referência do Estado no tratamento de doenças dermatológicas, não há dados que confirmem o aumento da incidência desses males em função da incidência maior do uso do capacete. “Ainda é prematuro afirmar isso, mas é possível darmos início a um levantamento que permita identificarmos se houve um aumento de casos notificados de micoses por essa via de transmissão”, explica a diretora da Fuam, Adele Benzaken.

Uma usuária do serviço de mototáxi, que prefere não se identificar, afirma que dificilmente o passageiro toma o devido cuidado com a higienização do capacete antes de utilizá-lo. “Essa limpeza não acontece e eu, enquanto usuária, já me sinto apreensiva, tanto que já evito utilizar o mototáxi”, conta ela, citando o caso de uma amiga que pegou piolho ao utilizar o acessório. “Eu era usuária assídua no deslocamento diário pela cidade inteira e algumas amigas me falaram desse problema. Acho que quem deve ter o cuidado de limpar o acessório é o mototaxista”, observa ela, lembrando que, muitas vezes, o capacete está molhado e com mau cheiro.

Entre os mototaxistas, a questão acaba dividindo opiniões. Há os que defendem que o equipamento seja limpo e substituído pelo menos uma vez por ano. Enquanto outros não se preocupam com a higiene e a segurança do acessório.

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