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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Noblat: Renan Calheiros ameaçou expor Eduardo Braga
17.12.10 - Manaus - O jornalista Ricardo Noblat divulgou nesta segunda-feira , no Blog do Noblat, no portal do Jornal O Globo, bastidores de uma conversa que, segundo ele, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) teve com o senador eleito Eduardo Braga (PMDB-AM), depois de o ex-governador do Amazonas ter sido anunciado como futuro ministro da Previdência do governo Dilma Rousseff (PT).
De acordo com artigo, intitulado ‘Como se fazem ministros’, o cargo fora oferecido por Dilma a Braga, mas Calheiros “entrou na parada a pedido de Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN)”, líder do partido na Câmara dos Deputados. “Está pronto para ter sua vida impiedosamente devassada pela imprensa?’. Braga concluiu que não “e desistiu”, narrou o jornalista. O escolhido para o Ministério da Previdência foi Garibaldi Alves (PMDB-RN), primo de Henrique Eduardo.
Noblat comentou, ainda, que Renan e Sarney avalizaram a nomeação de Garibaldi, reeleito senador em dobradinha com José Agripino, líder do DEM no Senado. “Garibaldi não é confiável”, interferiu Antônio Palocci, futuro chefe da Casa Civil, em telefonema para Renan.
Outro lado
A assessoria de comunicação de Braga informou que ele nunca tivera com Renan Calheiros a conversa narrada por Noblat. Ao tomar conhecimento da publicação, informou a assessoria, o senador eleito ligou para o jornalista e foi atendido por uma pessoa que se identificou como filho dele. A pessoa disse que Noblat não podia atender naquele momento e prometeu que ele retornaria a ligação, o que não ocorreu.
No início da tarde, Braga pediu à assessoria dele que encaminhasse uma nota ao Blog do Noblat contestando a informação e pedindo que fosse consultado antes da publicação de conteúdo desse tipo. “O senador eleito já teve a vida dele devassada e não existe nada contra ele”, afirmou um assessor. Ainda segundo a assessoria, Braga disse que tivera uma conversa por telefone com Renan, mas o senador por Alagoas queria apenas sondá-lo sobre o ministério oferecido, que fora recusado por Braga. “Não houve nenhuma conversa sobre devassa na vida do senador”, informou a assessoria.
O que apareceria
Renan Calheiros parece acompanhar de perto a vida de Eduardo Braga, que nos sete anos e três meses de mandato acumulou uma série de problemas administrativos, alguns dos quais transformados em ações na Justiça. Nenhum, no entanto, chegou a ser julgado.
Um dos mais rumorosos ficou conhecido como ‘caso Renata’. Uma comadre do então governador, a economista Renata Moreira Barros, acusou o marido, o empresário Rosinei de Souza Barros, o ‘Nei’, de ser sócio de Braga em um esquema milionário de superfaturamento na venda de combustíveis para o Estado e compra de terrenos da Superintendência de Habitação do Amazonas (Suhab), a partir de informações privilegiadas, pela empresa IBK Comércio e Serviços Ltda. Renata disse que ‘Nei’ enviava malas de dinheiro do esquema para o governador.
Dias depois de a denúncia chegar ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), a economista negou tudo e disse que se arrependeu de ter entregado documentos que comprovavam as informações prestadas à Justiça. No início deste ano, a ministra do STJ Laurita Vaz acolheu a manifestação do subprocurador-geral da República, Francisco Dias Teixeira, e determinou o arquivamento da investigação.
Em janeiro de 2008, o DIÁRIO publicou reportagem sobre o pagamento pelo governo do Estado de R$ 18 milhões à empresa WP Construções, Comércio e Terraplanagem Ltda. por serviços não realizados em municípios da região do Alto Solimões, que ficou conhecido como obras ‘fantasmas’ do Alto Solimões. Desde março de 2008, uma ação civil pública tramita na 2ª Vara da Fazenda Pública Estadual pedindo a condenação dos responsáveis. O ex-governador não figura como réu no processo.
Peculato
Em outro episódio, a desapropriação de um terreno, em 2003, no bairro Santa Etelvina, Braga passou a ser investigado por peculato, formação de quadrilha, crimes contra as licitações, falsa perícia, dentre outros. O processo está no Tribunal de Justiça do Amazonas, mas começou a tramitar no STJ porque Braga era governador. Com a renúncia dele, este ano, para disputar o Senado, o processo foi encaminhado à Justiça Estadual e está com vistas ao procurador-geral de Justiça, Francisco Cruz. Na época, o governo do Estado desapropriou o terreno por R$ 13,1 milhões. A área foi comprada três meses antes por R$ 400 mil, uma supervalorização paga pelo contribuinte do Amazonas de 3.423%.
Em 2008, o governo do Estado pagou R$ 4,9 milhões por um terreno, de Manacapuru (a 68 quilômetros a oeste de Manaus), que era reclamado na Justiça. O imóvel pertencente à família da secretária de Estado de Assistência Social, Regina Fernandes, fora invadido na década de 1970 por 70 famílias. A regularização dos terrenos foi encarada pela Justiça Eleitoral como compra de votos em favor do candidato do PMDB nas eleições de 2008, Edson Bessa, e resultou na cassação do mandato dele, este ano.
fonte: acriticadehumaita
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