
O porto histórico de Manaus deve retornar à União. O Ministério dos Transportes, caso não padeça mais um estratagema da justiça de plantão, vai recuperar o controle do porto, de acordo com a Portaria número 200 publicada no Diário Oficial da União (DOU) no último dia 5. Por trás dessa vitória, começa a ter fim uma disputa que revela a ação de um poderoso grupo que usou o projeto Zona Franca de Manaus para enriquecer. Uma trama que há mais de 10 anos começou a subornar dirigentes da Receita Federal visando o controle do movimento de entrada e saída de mercadorias, um negócio que começou com US$ 10 milhões por mês e hoje ninguém faz idéia da movimentação. Extorsão, corrupção, chantagem, tráfico de influência, sonegação fiscal e contrabando são os ingredientes de uma história de escândalos na disputa por um dos melhores negócios da Amazônia, o controle do porto de Manaus. Os personagens da trama são o ex-senador Carlos Alberto Di Carli, Gilberto Miranda e Egberto Baptista, seu irmão e o ex-governador Amazonino Mendes, atual prefeito de Manaus.
Desde que assumiu o governo, Braga vinha tentando anular o contrato de gestão do porto de Manaus, firmado por seu antecessor, Amazonino. Um dos maiores escândalos do país. O maior beneficiário era o próprio De Carli, o controlador de fato da empresa concessionária como presidente do Conselho Superior de Navegação, Portos e Hidrovias. Ocupou o cargo até abril de 2003, quando foi destituído pelo novo governador. No passado, De Carli participou de outros imbróglios igualmente vultosos e polêmicos, como a desapropriação das Fazendas Unidas, no Amazonas, e a extração de madeira da área do reservatório da hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, pela Agropecuária Capemi. Ligou-se ao empresário Gilberto Miranda, hoje um dos homens mais ricos do Amazonas (embora sua residência de fato seja
De acordo com a Portaria, a Comissão responsavel pelo resgate do Porto deve fazer inventário dos bens e do acervo documental, levantamento do estado de conservação, dos aspectos operacionais e dos contratos firmados. O prazo para a conclusão do relatório final das atividades é de 90 dias.m A Sociedade de Navegação, Portos e Hidrovias do Estado do Amazonas (SNPH) informou que dará apoio para a realização do levantamento. Segundo a SNPH, as atividades não serão interrompidas durante os procedimentos. O fim da era Di Carli coincide com as dificuldades da família e o agravamento do estado de saúde do ex-senador. Atualmente, ele mora em Londres, capital da Inglaterra. Festas perdulárias, administração incompetente e muita despesa advocatícia são algumas das explicações para a falência de uma era.
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