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domingo, 6 de junho de 2010

A fera “tá solta e a mala tá cheia”


A abertura do canil e a liberação dos cães famintos, além da franga, é claro, começaram nesta terça-feira, diretamente da tribuna do Senado. Foi apenas um aperitivo do que vem por aí. Dentro do plano traçado por Zé Dirceu, seguindo o script desenhado pelas tintas, orientação e a competência de Jéferson Coronel, seu coordenador da comunicação, o senador Alfredo Nascimento, o glorioso Buchada de Bode mandou espalhar por aí que – fiel a sua origem nordestina - é cabra macho, e não faz economia de pimenta malagueta no consumo freqüente de buchada, regada a farofa de culhão do caprino. Na sexta, quando recebeu o ex-colega do ministério do Trabalho, do PDT, Buchada apontou os canhões para a obra mais mirabolante de Eduardo Braga, o Boca. Disse que a ponte está comprometida por irregularidades na prestação de contas das verbas federais. A ordem é confrontar e não deixar nada barato no festival de acusações, impropérios, ironias e provocações que vão descrever a campanha que, oficialmente, ainda nem começou.

A ordem é retaliar

Em seu primeiro discurso no senado, onde não tem emenda, aparte, moção ou requerimento, e provavelmente não faz a menor idéia de que tudo isso significa, Alfredo pôs os óculos da dramaturgia pra encenar a comédia da indignação na área da saúde. A cena foi para atacar de uma só vez o ex-companheiro Omar Aziz e o ex-guru de ambos, Amazonino Mendes. Disse que as verbas da Saúde não estão sendo usadas com transparência e competência e que a paisagem médica e dos equipamentos de saúde é dramática. A ordem é partir pra cima e acuar os adversários com chantagens, ameaças e suspensão de repasses. Que se lixe o cidadão. A partir de Brasília, ou da prosopopéia local, na Assembléia Legislativa, onde pontifica isolado seu (in) fiel escudeiro, Sabá Reis, a instrução é partir pra retaliação.

Mala da sedução

Alfredo atacou um governo que queria a todo custo colocar em seu palanque e esquema de assunção da liderança política regional. Ele já sabe que a missão não será nada fácil depois que 90% da categoria parlamentar e prefeitos do Estado que sonha governar assinaram moção de apoio a seu adversário. Mas, quem vota é o povo e essa raça tem compulsão por aquilo que as moças da antiga Itamaracá gostam o Buchada tem de sobra. Resta-lhe pouca margem de manobra e as esperança de que a penúria crônica e pecuniária em que se encontram os prefeitos do beiradão seja um terreno fértil para irrigar o adubo de sua mala preta da sedução. E para isso Buchada se preparou direitinho e construiu uma poupança exemplar. Não foi à-toa que o Tribunal de Contas da União flagrou nos últimos 7 anos o maior volume de irregularidades nas licitações da pasta dirigida pelo dito cujo. Pensando no futuro, Alfredo vai evitar falar do passado de tantas folias viárias e buracos que ele fez de conta que tapou. Afinal, se a ponte do Bocão não prestou contas as estradas e pontes do Buchada fazem serão nas auditorias do TCU.

Sarafa, o currículo e o bueiro

Depois que seduziu o ex-prefeito de Manaus Serafim Correa, em seu ponto fraco, que é a reeleição do próprio filho, Marcelo, Alfredo ajudou a jogar no bueiro o portifólio político e o currículo digno do quase impagável Serafim, e mostrou que Caetano Veloso tinha razão ao descrever a força da grana que ergue e destrói coisas belas. A mala do Buchada está levando de roldão o que encontrar pela frente e não terá clemência com a honra, coerência ou lisura de quem se enxerir por suas estradas, becos e atalhos para se dar bem. Já se fazem múltiplas apostas em torno de municípios, prefeitos e lideranças que vão aderir ao feitiço da mala como em 2006, oportunidade em que buchada foi eleito sem fazer sequer um comício por todo o beiradão.

Salvo engano!

Serafim Correa, ao dobrar chapa com Alfredo Nascimento, aderiu aos princípios filosóficos, morais e administrativos de seu mestre e guru, Amazonino Mendes, a quem sempre condenou com o dedo em riste da condenação. Restaram três para apontar para o cabeção do Sarafa que teria o segundo turno garantido por sua trajetória política e a marca da vanguarda assegurada nos anais da História e não o limbo.

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