
Um salão de beleza em Ipanema, na Zona Sul, oferece livro de arte para as clientes; outro, na Vila da Penha, no subúrbio, põe na mesa uma revista de nus masculinos. Todas concordam num ponto: beleza é fundamental, mas o modo como cada uma encara o ritual varia de acordo com a região do Rio. De preferência, com uma revista de celebridades nas mãos.
Na Zona Norte uma constatação: há mulheres que preferem “ler” a G Magazine (revista de nudez masculina voltada para o público gay) às revistas de fofoca.
A vendedora autônoma Creuza Pinheiro, de 65 anos, é uma delas. Ela diz gostar de todo tipo de revista, mas que a publicação com homens nus atrai mais sua atenção. “Às vezes venho ao salão só para ver esse tipo de revista”, confessou.
A manicure Denise Souza diz que ouve confidências das clientes e se considera "psicóloga" das clientes. “Eu funciono como psicóloga, conselheira, fico escutando elas reclamarem e dou conselhos”, disse ela.
Livro de arte divide opiniões
Diana Melo, dona de uma clínica de estética na Vila da Penha, acha que os clientes da Zona Norte conversam mais e têm mais afinidades com os clientes. “E com o passar do tempo acabamos nos tornando amigas. É diferente do pessoal da Zona Sul, onde o cliente não tem essa afinidade com o profissional.”
Mas Carmem Lúcia, dona de um salão no Leblon, na Zona Sul, acha justamente o contrário. “O povo da Zona Norte é mais profissional. Eles não têm tanta afinidade com a clientela, diferente do que acontece no meu salão. Aqui quando toca o telefone e não tem nenhum funcionário, a cliente é quem atende”, afirmou.
A advogada Ivone Nascimento concorda com Juliana, mas também acha que, dependendo do humor, uma revista de fofoca pode cair bem. Já Carmem discorda das duas. Acha que livros de arte e mulheres no salão de beleza não combinam: “Mulher gosta mesmo é de fofoca”.
Na Zona Norte, a ideia dos livros não pegou. “As pessoas vão para o salão para se divertir e não para ler livros”, disse Neo de Almeida, dono de um salão na Avenida Meriti, na Vila da Penha. “Aqui as pessoas falam sobre tendências, maquiagens, fofocas e programas de TV. Aqui livros não seriam interessantes”, afirma a gerente Luciana Andrade.
Em todos os salões visitados pelo G1, estavam disponíveis revistas com reportagens sobre a vida íntima dos famosos - até no que oferece livros de arte.
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