
Monica Prestes
Especial para A CRÍTICA
Longas filas, muita espera e inúmeras reclamações marcaram o primeiro dia para a matrícula de alunos que pretendem reingressar na rede pública de ensino, ao menos na Zona Leste da cidade onde, desde a madrugada de domingo, pais e estudantes montaram verdadeiros acampamentos nas portas das escolas, temendo perder vagas.
Na Escola Municipal Rosa Sverner, no Jorge Teixeira, Zona Leste, a fila quilométrica que começou a se formar na madrugada de domingo ainda tinha mais de 450 pessoas no final da manhã de ontem, a maioria descontente com a espera, que em muitos casos passava de 24 horas.
Diante da longa fila, a agricultora Estelita Silva de Melo, 54, que recebeu a senha 206, temia não conseguir matricular a filha por conta da demora nos atendimentos. “Em quase três horas não atenderam nem 50 pessoas.”
Dona da senha 401, a doméstica Maria Oneide dos Santos, 40, não tinha muita esperança de ser atendida ontem, mas continuava esperando. Para ela, a lentidão é reflexo da ineficiência do sistema de matrículas. “O reingresso só pode ser pedido hoje (ontem) e amanhã (hoje). Não bastasse isso, o sistema é muito lento”, reclamou.
Na Escola Estadual Vasco Vasques, também no Jorge Teixeira, a maior reclamação era sobre o número insuficiente de atendentes na solicitação das matrículas - apenas cinco, sendo que três computadores estavam desligados - o que, segundo pais de alunos, aumentou ainda mais a espera. “Com mais 400 pessoas na fila é um descaso somente parte dos computadores estar sendo usada”, reclamou a manicure Andréa Silas, 26, que buscava uma vaga para ela e o filho, de oito anos, e estava na fila desde as 23h de domingo.
A dona de casa Sueli Santos, 24, foi uma das primeiras a chegar na fila formada em frente à escola Vasco Vasques, por volta das 15h30 de domingo, mas até o final da manhã de ontem ela ainda não havia conseguido concluir a solicitação de matrícula para nenhum dos dois filhos porque o sistema da Central de Matrículas recusava a solicitação. “Minha filha vai para o 1º ano do ensino fundamental, mas o sistema não aceitou a matrícula por ela ter sete anos. Querem que eu a matricule direto no 2º ano”, criticou Sueli.
Para a aposentada Maria Leonor Leme, 65, que se revezou com o marido na fila da escola para garantir a matrícula da neta, o maior problema está sendo a falta de informação. A menina chegou na escola com o avô às 18h de domingo e teve que dormir na rua. Maria Leonor foi “render” o marido às 4h de ontem e, por ser idosa e ter prioridade no atendimento, esperou “apenas” seis horas.
Segundo a assessoria de comunicação da Seduc, não há mais vagas para determinadas séries ou turno. Isso, porque, as vagas que estão sendo oferecidas nesta fase são as remanescentes das fases anteriores. Ainda segundo a assessoria, mesmo assim os alunos estarão sendo matriculados onde houver vagas ou turno desejado. Durante todo o ano esses estudantes podem vir a ser transferidos ou remanejados, avisa a Seduc.
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